quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Modo de vida

Os Yanomami vivem em grandes casas comunais circulares chamadas de yanos ou shabonos (casa plurifamiliar em forma de cone ou de cone truncado), ou por aldeias compostas de casas de tipos retangulares. Algumas podem acomodar até 400 pessoas. A área central é utilizada para atividades tais como rituais, festas e jogos.
           Cada família tem sua própria fogueira onde o alimento é preparado e cozido durante o dia. À noite, as redes são penduradas próximas ao fogo, que é alimentado durante toda a noite para manter uma boa temperatura.
           Os Yanomami acreditam fortemente na igualdade entre as pessoas. Cada comunidade é independente das outras e eles não reconhecem ‘chefes’. As decisões são tomadas por consenso, frequentemente após longos debates, onde todos têm o direito à palavra.
           Suas  tarefas são divididas de acordo com o sexo. Os homens caçam animais, como queixadas, antas, veados e macacos, e muitas vezes usam o curare (um extrato de planta) para envenenar suas presas.
          Nenhum caçador come a carne que matou. Em vez disso, ele a compartilha entre amigos e familiares. Em troca, será lhe dado a carne por outro caçador.
          As mulheres são encarregadas pelas roças onde cultivam cerca de 60 culturas que correspondem por cerca de 80% dos seus alimentos. Elas também colhem nozes, mariscos e larvas de insetos. Mel selvagem é muito valorizado e os Yanomami colhem 15 tipos diferentes.
          Tanto os homens como as mulheres pescam, e o timbó- veneno de peixe- é usado em viagens de pesca comunitária.
          Os Yanomami têm um enorme conhecimento botânico e utilizam cerca de 500 plantas para alimentos, remédios, construção de casas e outros artefatos. 
         Os solos são, em grande maioria, extremamente pobres e inadequados para agricultura intensiva.
        Entre 4 e 8 anos, os grupos deslocam-se de 10 a 30 km, por consequência de esgotamento de terra, da caça e da pesca. O deslocamento pode ainda ser causado por epidemias ou conflitos, após um período de recuperação, a área pode ser novamente ocupada.
     As fases da vida são marcadas por diversas restrições e rituais. Exemplo disso é o da maternidade, onde a criança deve nascer fora da maloca, no mato ou no pátio central, mamar até os 4 anos de idade, quando então da o lugar ao irmão mais novo. Entre os dois e quatro anos tem o lóbulo da orelha furado. As meninas, quando chegam aos 8 ou 9 anos, tem o septo nasal furado, assim como as comissuras da boca, onde levam adornos de plumas ou hastes fins confeccionados com cana.
    A primeira menstruação é um acontecimento importante e depende de várias restrições: a menina deve ser mantida isolada em um abrigo dentro da maloca, perto da sua área familiar. Sua alimentação é servida só pela mãe e são permitidos somente alguns tipos de alimentos. Não pode falar, deve apenas ouvir os ensinamentos que lhe são transmitidos, uma vez que está no ritual de passagem. No momento da segunda menstruação, está pronta para o casamento, o qual geralmente já foi arranjado pelos pais.
O noivado entre os Yanomamis é selado a partir dos presentes dados pelo pretendente. Porém, as moças só podem ser cortejadas se ainda não forem prometidas. Após o casamento, o genro deve preparar a roça dos sogros. O contato do genro com a sogra é extremamente restrito e portanto ele não pode olhar diretamente para ela e muito menos dirigir a palavra.
     O incesto e a infidelidade conjugal são severamente punidos, uma vez que são considerados antinaturais e imorais.  
       O momento da morte é fortemente marcado. O morto é colocado em posição fetal dentro da sua rede, a qual é guardada em um espécie de caixa feito de paus, chamado jirau, o qual, por sua vez, é pendurado entre duas árvores.
     Todos habitantes choram e lamentam, cortam os cabelos e as mulheres pintam o rosto de preto. Os pertences do falecido são destruídos. Passado o estágio de decomposição, retiram os ossos, os colocam em uma cesta em cima de uma fogueira, posicionada no centro da maloca. Os ossos, depois de queimados são esmagados com um pilão, então as cinzas são misturadas com um mingau de banana e são tomadas.










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